"Muita gente comenta que eu ter chegado (à universidade) demonstra que não
se pode culpar a precariadedade da educação pública pelo fracasso dos
alunos", afirma João Antonio Lima da Silva, de 17 anos. O jovem conseguiu
neste mês uma vaga para cursar direito na Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Para ele, nada
pior que seu exemplo ser usado como argumento de que a qualidade da educação
pública não é um impedimento para o sucesso dos alunos. "Reconheço que, se
houvesse investimento, o potencial de muitos jovens se realizaria",
afirma.
Filho de uma diarista,
Silva cresceu em uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro. Bom aluno,
recebeu o incentivo de um professor de matemática para que tentasse uma bolsa
no Instituto Ismart,
que apoia estudantes conseguindo vagas em colégios particulares.
Após ser
aprovado, conseguiu deixar a Escola Municipal Cardeal Leme, onde fez o ensino
fundamental, para estudar no no Colégio São Bento. "O Ismart mudou
tudo", conta.
Na nova escola,
em um grupo com oito bolsistas, experimentou acolhimento e se dedicou muito
para retribuir para a mãe toda a dedicação. Agora, diz que encontra muitos que
analisam sua trajetória esquecendo do ensino médio em um colégio particular.
"Vejo e
fico frustrado. Se eu estivesse no ensino público, não teria conseguido. A
barreira é muito grande, muito maior", conta. "Acho que a
meritocracia só existe quando as condições são iguais", comenta. Silva
obteve o primeiro lugar entre os aprovados do Prouni (Programa Universidade
para Todos) para o curso de direito na PUC.
Agora bem perto
de começar uma nova etapa, ele já planeja o futuro. "Quero ser promotor,
mas também já pensei em ser juiz e delegado."
Além disso,
ainda pensa em retribuir o apoio recebido do Ismart e criar um projeto, junto
com amigos, que possa ajudar estudantes da periferia.
|
Por G1
Nenhum comentário :
Postar um comentário