terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Após 1º lugar no Prouni, ex-aluno diz que não teria obtido vaga somente com ensino público

Bolsista do Ismart no Colégio São Bento, João Antônio LIma da Silva foi aprovado para vaga em curso de direito (Foto: Mauro Pimentel/Divulgação Ismart)

"Muita gente comenta que eu ter chegado (à universidade) demonstra que não se pode culpar a precariadedade da educação pública pelo fracasso dos alunos", afirma João Antonio Lima da Silva, de 17 anos. O jovem conseguiu neste mês uma vaga para cursar direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Para ele, nada pior que seu exemplo ser usado como argumento de que a qualidade da educação pública não é um impedimento para o sucesso dos alunos. "Reconheço que, se houvesse investimento, o potencial de muitos jovens se realizaria", afirma.
Filho de uma diarista, Silva cresceu em uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro. Bom aluno, recebeu o incentivo de um professor de matemática para que tentasse uma bolsa no Instituto Ismart, que apoia estudantes conseguindo vagas em colégios particulares.
Após ser aprovado, conseguiu deixar a Escola Municipal Cardeal Leme, onde fez o ensino fundamental, para estudar no no Colégio São Bento. "O Ismart mudou tudo", conta.
Na nova escola, em um grupo com oito bolsistas, experimentou acolhimento e se dedicou muito para retribuir para a mãe toda a dedicação. Agora, diz que encontra muitos que analisam sua trajetória esquecendo do ensino médio em um colégio particular.
"Vejo e fico frustrado. Se eu estivesse no ensino público, não teria conseguido. A barreira é muito grande, muito maior", conta. "Acho que a meritocracia só existe quando as condições são iguais", comenta. Silva obteve o primeiro lugar entre os aprovados do Prouni (Programa Universidade para Todos) para o curso de direito na PUC.
Agora bem perto de começar uma nova etapa, ele já planeja o futuro. "Quero ser promotor, mas também já pensei em ser juiz e delegado."
Além disso, ainda pensa em retribuir o apoio recebido do Ismart e criar um projeto, junto com amigos, que possa ajudar estudantes da periferia.


Por G1

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