segunda-feira, 6 de abril de 2020

Coronavírus: Doria amplia quarentena em São Paulo até 22 de abril

Por conta do avanço do novo coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 6, que vai ampliar a quarentena nos 645 municípios paulistas por mais 15 dias, até 22 de abril, sem flexibilização. As medidas de isolamento começaram no estado no dia 24 de março e teriam validade até esta terça-feira, 7.
As definições foram discutidas em uma reunião técnica do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo nesta manhã, que contou com o retorno do infectologista Davi Uip, recuperado após ter contraído a covid-19. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Em depoimento, Uip fez um depoimento sobre “quem esteve do outro lado”. “Quem vai sair vivo são os indivíduos que estiverem sendo atendidos em instituições bem estruturadas”, sustentou.
Antes de anunciar a ampliação da quarentena, Doria levou alguns dos médicos do Centro de Contingência contro o Coronavírus para falar sobre as questões técnicas e científicas para a importância da quarentena.
“Não pauto minhas ações por populismo, pauto minhas ações pela ciência e pela opinião médica”, disse Doria, acrescentando que “nós vamos proteger vida, nós vamos tratar de salvar vidas. Depois de salvar vidas, vamos salvar a economia”.
A quarentena em SP fechou serviços não essenciais, como bares e restaurantes, e o comércio. Desde então, só funcionam os considerados essenciais, como farmácias e supermercados.
Há pressão de varejistas para o retorno das atividades, bem como do próprio presidente Jair Bolsonaro, que tem pedido para os trabalhadores “voltarem à atividade”. No entanto, o governador de São Paulo tem sido firme na defesa da necessidade do isolamento social para conter a propagação do vírus.
“Destaco que há consenso entre as autoridades médicas sobre o isolamento como forma de salvar vidas. Não são apenas as autoridade brasileiras. É a OMS, médicos, profissionais e agentes de saúde da maioria dos países do mundo”, afirmou.
Ele citou, ainda, que, no Brasil, defendem o isolamento, “o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Justiça, Sergio Moro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, o Centro de Estudos do Exército Brasileiro, e repito, a maioria absoluta de médicos e cientistas”.
“Estão todos errados? Será que um único presidente da república do mundo é o certo?”, questionou Doria durante a coletiva.
Na data do primeiro decreto de quarentena, o estado paulista tinha 810 casos confirmados da doença e 40 mortes. Hoje, há 4.620 pacientes com a doença confirmada e 275 óbitos em São Paulo.
Segundo o secretário de Saúde, José Henrique Germann, sem as medidas de isolamento, a estimativa do governo era de um resultado dez vezes pior do que o cenário de agora.

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