Apesar de recomendações de órgãos federais, 75 mil crianças do primeiro ano do ensino fundamental foram reprovadas ano passado, o que representa 2,6% dos alunos na faixa dos seis anos. Esses e outros dados foram tabulados pela Folha a partir das informações do MEC, inclusive estatísticas por escola, pela primeira vez divulgadas na internet pela pasta. Tanto o Ministério da Educação quanto o Conselho Nacional de Educação defendem que a reprovação ocorra apenas a partir do terceiro ano.
O principal temor é que a criança repetente nessa idade tenha dificuldades para o restante da vida escolar. Formalmente, o conselho aprovou um parecer no fim do ano passado que recomenda a retenção apenas a partir do terceiro ano. Mas, publicamente, a ideia é defendida desde ao menos o início de 2010, quando a Folha revelou que 79 mil crianças de seis anos haviam sido reprovadas em 2008 (3,5% das matrículas).
Mesmo com a aprovação do parecer --homologado (confirmado) pelo Ministério da Educação--, as redes têm liberdade para não segui-lo. "Um aluno de seis anos é reprovado por quê? Por que ele não aprendeu? Não tem cabimento isso.
Mesmo com a aprovação do parecer --homologado (confirmado) pelo Ministério da Educação--, as redes têm liberdade para não segui-lo. "Um aluno de seis anos é reprovado por quê? Por que ele não aprendeu? Não tem cabimento isso.
No Brasil, a lógica não é verificar por que o aluno não foi ensinado, mas de culpabilizá-lo por não ter aprendido", disse Clarilza Prado de Sousa, professora da PUC-SP. Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar concorda que a reprovação nessa idade é danosa, mas afirma que, "considerando-se os índices de reprovação que o país já teve, 2,6% é um índice aceitável; mas claro que queremos um índice zero."
Fonte: Folha.com
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