DEM e PMDB selaram, ontem, aliança política e administrativa durante encontro entre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente estadual peemedebista, e o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) - marido de Rosalba. Com a decisão anunciada por Henrique, Rosalba passa a contar oficialmente com o apoio do PMDB na Assembleia Legislativa, bem como do reforço do partido em Brasília (DF) - por meio de Henrique e do ministro da Previdência Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho -, para projetos de interesse do Rio Grande do Norte. O deputado federal foi taxativo, ao afirmar que o seu partido não queria mais espaços no governo democrata e que os cargos já ocupados pela legenda eram de "bom tamanho". A afirmação de Henrique que chamou mais a atenção, contudo, não teve conotação administrativa. "A partir de agora, quando formos examinar em nível do PMDB as eleições municipais, vamos propor à governadora e aos demais partidos que compõem a base que possamos examinar caso a caso onde poderemos estar juntos. Onde for possível, vamos somar; é importante a participação do vice-governador Robinson, do senador José Agripino."
Com essas palavras, a certeza de que DEM e PMDB já planejam a aliança para 2012 se torna bem evidente. Em Natal, por exemplo, a tendência é que os dois partidos formem uma ampla união envolvendo outros partidos para apresentar um nome à sucessão da prefeita Micarla de Sousa (PV). Henrique Alves e o presidente nacional do Democratas, senador potiguar José Agripino Maia, têm pensamento semelhante com relação às eleições de 2012.
Em entrevista publicada no JORNAL DE FATO recentemente, José Agripino deixou claro que a aliança que se formou a partir de almoço ocorrido em Brasília iria projetar uma união de partidos que pensam igual, isso com relação às eleições em Natal. Entende-se que essa aliança envolverá ainda o PSDB, PDT e o PR.
O PSDB, que projeta a candidatura a prefeito do deputado federal Rogério Marinho, pode ser freado a qualquer momento. Caso ele não consiga viabilizar seu projeto, a tendência é que o tucano passe a apoiar um nome que tenha mais chances de vitória. O PR, até agora, não conta com nenhum postulante ao Executivo natalense e caminha para seguir o exemplo do PMDB e se aliar ao governo democrata potiguar. Além desse fator, Rogério Marinho está deputado federal em virtude da ida de Betinho Rosado (DEM) para a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e da Pesca (SAPE). Ele sabe que não tem condições de impor.
Nessa linha de nomes, sobram o PMDB, DEM e o PDT. Do PMDB, o deputado federal Henrique Eduardo Alves já afirmou que o partido terá como candidato o deputado estadual Hermano Morais. O Democratas ensaiou projeto semelhante para o deputado federal Felipe Maia, mas ele tem negado interesse em disputar a Prefeitura de Natal. Já o PDT transita com o nome do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves como preferencial.
Daí, tem-se um quadro que pode ser um complicador, mas nada que não seja de fácil solução. É que o ministro Garibaldi Filho já convidou Carlos Eduardo para retornar ao PMDB, seu partido de origem. Até agora, o ex-prefeito tem se mantido na defensiva dessa proposta e afirmado que continuará na legenda brizolista. Como ainda faltam nove meses para as definições partidárias, e o prazo para mudança de partido expira no dia 7 de outubro, a nova aliança terá tempo suficiente para decidir os rumos da sucessão natalense.
A novidade é a inserção do PSD, partido que será comandado pelo vice-governador Robinson Faria, nessa discussão. O próprio Henrique afirmou que a participação de Robinson e José Agripino é essencial nessa nova empreitada política. Agripino e Robinson estão distantes politicamente, mas o vice-governador já afirmou que o seu partido será fiel ao projeto político da governadora Rosalba Ciarlini.
Aliança terá reflexos nas eleições em Mossoró
A aliança que se formou em Natal terá, consequentemente, reflexos em algumas cidades do Rio Grande do Norte. E Mossoró será uma delas. O PMDB mossoroense tem trabalhado para indicar um nome à chapa majoritária governista, que deverá - a exemplo de eleições municipais anteriores - apresentar um nome do Democratas.
Até agora, o nome do secretário de Serviços Públicos, Alex Moacir, tem sido lembrado pelas especulações para compor com o nome do DEM. Seria, nesse caso, candidato a vice-prefeito. O assunto deve ser tratado no dia 16, por ocasião do encontro regional que o PMDB realizará em Mossoró. O vice-presidente Michel Temer é presença esperada no evento político peemedebista.
Além de Mossoró, Pau dos Ferros, Portalegre, Upanema, Campo Grande, Tibau e Areia Branca são outros municípios que deverão sofrer interferência da aliança DEM/PMDB. O próprio Henrique Eduardo Alves afirmou que, onde houver possibilidade da manutenção dessa aliança, os dois partidos trabalharão nesse sentido.
Da Redação Jornal de Fato
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