segunda-feira, 11 de maio de 2015

MEMÓRIAS DE JOSÉ DA PENHA-RN DESFILE CÍVICO DE "7 DE SETEMBRO"



Comemorações do "7 de setembro" aconteciam, de maneira relativamente informal e espontânea, desde a proclamação da República (1889) e originalmente havia apenas um Desfile Militar nas capitais, até porque os primeiros governos republicanos não haviam definido se a grande data nacional seria esta, o 15 de novembro, data da Proclamação da República ou o 21 de abril, dia de Tiradentes.
Foi no primeiro governo de Getúlio Vargas que os estudantes e algumas agremiações e sindicatos foram agregados ao Desfile.
Em nossa José da Penha-Rn, não foi diferente do restante do país.
Para mim o dia da Independência do Brasil era um dia de festa, pois além de não haver aulas, todos nós crianças nos animavam com a chegada do Desfile. Era comum haver uma prévia, preliminar, os chamados ensaios, com o objetivo de não fazermos "feio" no dia D.
Era grande a preocupação e o trabalho do Diretor da escola e sua equipe de professores, sempre determinados a fazer um bonito Desfile, tarefa que demandava trabalho e dedicação. Sempre movidos pelo espírito cívico, nacionalista daquela época, fato que, em dias atuais, não termos essa mesma convicção.
Recordo aqui, o zelo e cuidados que tinham as nossas mães, em preparar as nossas fardas escolares, lavar e passar, mesmo que fossem "velhinhas", mas o importante era estarmos prontos naquele dia comemorativo. 
Era comum as representações de vultos de nossa história, tais como D. Pedro I, Duque de Caxias, Tiradentes, alusão à escravatura, indígenas, todos vestidos com os trajes característicos dos representados.
Geralmente para representar esses citados vultos históricos, se escolhia aqueles alunos que mais se aproximavam do biotipo do dito cujo, além do que os pais ainda arcavam com despesas com aquelas pomposas vestimentas.
Eu particularmente, achava um "luxo", um privilégio de quem era escalado para tocar os instrumentos que puxavam o desfile, os inesquecíveis "tarol" e "tambor". Alguns anos depois, já estudando em Luís Gomes, me aparece a figura da "corneta". O corneteiro sempre "fardado" com seu toque servindo de instrutor para o bom andamento do desfile.
Movido por esta espécie de "inveja" artística, me arriscava a tamborilar no tarol, mas nada de oficial, diria em "off", para usar um termo bem atual.
Mas os desfiles não só me proporcionaram alegria cívica, me deram também momentos de vexame e "desmaios de fome"
Certo ano, anos 70's, fui desfilar sem ter merendado adequadamente para o sempre demorado evento, quando já na fila, parado, senti o chão "faltar" em meus pés, meu pequeno mundo escureceu, e aquele suor frio emanando de meu magrelo corpo, logo me sentei no chão e fiquei sem ver a banda passar.Me trouxeram uma "garapa" de açúcar, nem sabia eu que tal "remédio" era para repor a glicose, queimada naquele dia de fome. Levantei e corri atrás da banda...Velhos tempos, tempos de outrora recordo de ti agora!!

Na foto está retratado um desfile de nossa José da Penha dos anos 60's,
Dos figurantes da foto, infelizmente reconheço apenas "Zé de Maricô" no tambor e "Adamastor de Marcina" no tarol. Peço ajuda aos "universitários" em reconhecer outros nomes.
Via Facebook por Dr. Epitácio Fontes

Nenhum comentário :

Postar um comentário