terça-feira, 7 de julho de 2015

O viúvo solitário

                         
Esta poesia, foi escrita por um conterrâneo, o Sr. Antônio Luís, falando sobre sua primeira mulher, que morreu de infarto após o seu último parto.

Vale apena vocês lerem, é muito linda!

O mais terrível bocado
Que passei na minha vida
Ver minha esposa querida
Morrer sem ter resultado,
Fiquei impressionado
Depois que ela faleceu,
O meu mundo entristeceu
A solidão mim amedronta
A tristeza tomou conta
De um lar que deus mim deu.

Na mais profunda saudade
Se encontra um chalé sem dono
Eu num mais triste abandono
E meus filhos na orfandade
Sem ter mais a liberdade
De abraçar a mãezinha
A grande a tristeza minha
E de angústia me enveneno
Ver um filho tão pequeno
E perder uma mãe que tinha.

Minha alma ainda chora
Sem pensar em outra coisa
Só penso na minha esposa
Que para sempre foi embora
E a minha casa que outrora
Já foi a mais frequentada
Hoje se acha isolada
Lá no recanto escondida
E o que resta em minha vida
É só tristeza e mais nada.

Cada um que se defenda
Padicer como eu padeço
Pertence a Deus reconheço
Mais minha angústia é tremenda
Minha esposa a única prenda
A quem mais tive amizade
Partiu pra eternidade
O meu futuro de outrora
Tem dia que eu vejo hora
Mim arrebentar de saudade.

Se não fosse proibido
Ao seu sepúlculo eu iria
Seu cadáver arrancaria
E de um jeito sucumbido
E conservava escondido
Dentro da minha guarida
Muito embora em seguida
Não suportar os protestos
Mais estaria vendo os restos
De quem tanto amei na vida.

Foi muito grande a ternura
Que passei em minha vida
Com minha esposa querida
E hoje com tanta amargura
Uma seta aguda fura
Meu coração sofredor
Com uma flor que murchou
Sem conseguir o seu fruto
Ou um crime absoluto
Que só tristeza deixou.

Por Lucilene Gomes Via facebook

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