Debaixo de um céu sem nuvens em uma praça ampla de cimento e concreto, havia corpos nus. Sem roupa e sem pudor, 115 homens e mulheres compuseram a cenografia da Praça do Museu da República, no coração de Brasília, na manhã deste sábado (2).
A intervenção no espaço urbano foi registrada pelo olhar do fotógrafo Kazuo Okubo, que carrega 43 anos de experiência por trás das lentes.
Reconhecido pelo trabalho sensível com a nudez, ele ficou responsável por captar o momento histórico – esta foi a maior foto de nu artístico do Centro-Oeste em número de pessoas, segundo os organizadores.

Segundo o idealizador da foto-protesto, Diego Ponce de Leon, a ideia de fazer um nu coletivo e registrar o momento surgiu da vontade de "contrariar o panorama retrógrado e careta da cidade opressora que não abarca a arte".

"Estava cansado dessa ideia de que em Brasília ninguém se esbarra, onde o conservadorismo toma conta", disse na abertura do evento. "O grande problema [na apresentação do Maikon] era só um corpo nu."
A ação deste sábado foi organizada em parceria com o festival internacional de teatro Cena Contemporânea, que convidou o artista para voltar a Brasília e repetir a performance exatamente como havia tentado fazer, em praça pública. A apresentação, “DNA de Dan”, será realizada às 17h.
Veja programação completa da 18ª edição do Cena, que termina neste domingo (3).
Para evitar que o nu coletivo fosse impedido, mais uma vez, por policiais (ou mesmo por pessoas comuns), os organizadores conseguiram autorização da Secretaria de Segurança, que montou um alambrado para demarcar a área onde a intervenção ocorreu.







G1 DF
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