Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, dava aula de Ciência na Escola Estadual Thomazia Montoro; outras quatro pessoas foram feridas por adolescente de 13 anos
Um estudante de 13 anos estava na sala de aula da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ministrava aulas de Ciência quando o ataque começou na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. “Eu estava falando com ela, a professora estava fazendo chamada”, afirma. Elisabeth morreu na manhã desta segunda-feira, 27, após ser esfaqueada por outro adolescente, também de 13 anos. Mais quatro pessoas, três professores e um aluno, ficaram feridas no ataque, segundo o governo de São Paulo, e têm quadro de saúde estável.
Elisabeth Tenreiro, que trabalhava havia pouco tempo na escola, teve parada cardiorrespiratória e chegou a ser levada para para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), onde morreu.
O aluno que testemunhou o ataque contou que, logo no início da manhã, o jovem agressor entrou na sala de aula com uma máscara de caveira e desferiu golpes nas costas da professora. Imagens de câmera de segurança obtidas pelo Estadão mostram que Elisabeth parece nem perceber a aproximação do assassino e cai assim que é golpeada.
“Parecia que ele estava com uma faca de cozinha, era preta”, disse a testemunha. “Sabe o atentado de Columbine? Ele estava com uma máscara assim”, afirmou elem se referindo ao ataque a uma escola dos Estados Unidos em 1999. Além da máscara cobrindo o rosto, o autor do ataque, que cursava o 8º ano do ensino fundamental, usava roupas pretas.
Outras imagens de câmera de segurança mostram que uma professora de Educação Física, Cíntia Cruz, consegue imobilizá-lo e ele é desarmado. O responsável pela violência, que chegou a sair da Thomazia Montoro, mas retornou para neste ano letivo, foi apreendido e levado para a delegacia.
Pânico
Apavorados, os alunos saíram correndo para o pátio da escola e tiveram que se esconder pelos cantos, já que o portão estava fechado. “Nesse momento, eu caí e acabei machucando meu pé”, afirma a testemunha. Ele saiu da escola mancando e com um pé descalço.
Pais de estudantes ouvidos pelo Estadão contam que teriam ocorrido brigas entre alunos na última semana. O autor dos ataques teria sido um dos envolvidos e a professora Elisabeth, vítima do atentado, uma das que separaram os dois durante o conflito. O alvo principal do autor não foi à escola nesta segunda, segundo esses relatos.
Outro adolescente que estuda na escola, mas faltou para ir ao dentista, disse que o autor dos ataques tinha uma relação complicada com os demais alunos, se envolvendo com frequência em brigas e discussões, inclusive com ofensas racistas. “Ele ameaçava de morte, falava: ‘Vou matar todo mundo’”, disse.
As outras professoras atacadas foram Ana Célia Rosa, Rita de Cássia e Jane Gasperini. Os nomes dos estudantes não foram revelados. O colégio, de tempo integral, tem cerca de 300 alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) e do médio.
Estadão São Paulo
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