sábado, 25 de março de 2023

Tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, número recorde em quase duas décadas


A tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, número recorde em quase duas décadas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A pasta alerta ainda para a queda na cobertura da vacina contra a doença.

Foram 5.072 mortes em 2021, ano com o dado mais recente disponível. Esse é o maior número em 19 anos. A última vez em que os óbitos por tuberculose ultrapassaram a casa dos 5 mil foi em 2002. As mortes registradas em 2022 pela doença ainda não terminaram de ser contabilizadas, segundo a pasta.

A informação disponível referente a 2022 é em relação ao número de novos casos de tuberculose. Foram mais de 78 mil, o que representa uma incidência de 36,3 casos para cada 100 mil habitantes. No período pré-pandemia, o registro de novos casos da doença ficou em 79 mil (2018 e 2019).
• Amazonas, Roraima e Rio de Janeiro são os estados com maior incidência da doença;
• Homens de 20 a 64 anos têm o triplo de chance de adoecer por tuberculose do que mulheres na mesma faixa etária;
• Em 2022, 2,7 mil casos foram registrados em menores de 15 anos; desses, 37% foram em bebês e crianças de 0 a 4 anos;
• cobertura da vacina contra a tuberculose, a BCG, está em queda no Brasil, assim como outros imunizantes do calendário infantil. Em 2018, ficou abaixo de 88%. Antes disso, estava acima de 95%.
• A BCG é aplicada logo após o nascimento e protege contra formas graves da tuberculose. É destinada para crianças de 0 meses a 4 anos.

A população considerada prioritária pelo Ministério da Saúde é: pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo com HIV/Aids, imigrantes e indígenas. A tuberculose é uma doença curável quando o tratamento é feito até o final. Ele dura no mínimo seis meses e é feito com quatro medicamentos, disponíveis no SUS.
• A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch;
• A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar);
• Transmissão: por via respiratória, pela eliminação de aerossóis de uma pessoa com tuberculose ativa. Não se transmite por objetos compartilhados;
• Sintomas: o principal é uma tosse persistente por três semanas ou mais. Essa tosse pode ser seca ou com catarro. Além disso, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento também são sinais;
• Diagnóstico: feito através de teste rápido molecular, exame de cultura e teste de sensibilidade aos fármacos. A realização de uma radiografia do tórax também é indicada;
• Tratamento: dura seis meses com quatro medicamentos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Para se curar da doença, ele precisa ser feito até o final, independentemente do desaparecimento dos sintomas;
• Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido;
• A bactéria que causa tuberculose também pode ficar inativada no corpo, sem manifestação da doença: é a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis, que também precisa ser tratada.

No Rio de Janeiro, as regiões metropolitanas I e II, que abrangem a capital fluminense, cidades como Niterói e São Gonçalo, além de municípios da Baixada Fluminense, são as que concentram o maior número de casos de tuberculose. Juntas essas regiões somam mais de 84% de todos os casos do estado. Já a Região Serrana é a com maior porcentual de casos novos: quase 90%.

As informações são da Secretaria de Estado de Saúde. Segundo levantamento da pasta, somente em 2021, o Rio registrou 16.099 diagnósticos da doença de todas as formas, sendo que destes, 12.986 foram casos novos. O número representa uma taxa de incidência de mais de 74 casos por 100 mil habitantes.

Já em relação a mortes, durante o ano de 2021, foram registradas 867, o que corresponde a uma taxa de mortalidade global de cinco óbitos por 100 mil habitantes, índice não verificado desde 2015.

g1

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