quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Levantamento da Sesap aponta mais de 7.500 mortes de recém-nascidos em sete anos.

Durante um período de sete anos - entre 2000 e 2007 - 7.526 crianças menores de um ano de idade morreram no Rio Grande do Norte. Segundo o Ministério Público, 76% das mortes ocorreram por "causas evitáveis", a maioria relacionada à falta de atenção adequada à mulher durante a gestação, no parto e também ao feto e ao bebê. O RN também apresenta números preocupantes para a mortalidade materna, que subiu nos últimos quatro anos, estando muito acima da taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para países em desenvolvimento (20 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos). Natal, Caicó, Ceará-Mirim, Currais Novos, Macaíba, Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, e Pau dos Ferros, municípios considerados prioritários no nosso Estado, são responsáveis por 50% dos óbitos de crianças. A capital potiguar aparece em primeiro lugar, com 2.058 óbitos de 2000 a 2007, seguida de Mossoró, com 716.

Um fator que contribui para os altos números de morte de mães e recém-nascidos no RN é a falta de estrutura para os cuidados com a gravidez e a realização do parto.

 A escassez de maternidades faz com que mulheres que deveriam ser atendidas em outras cidades sejam encaminhadas para Natal, através de pactos que implicam no repasse de verba referente aos cuidados médicos. Em uma pesquisa realizada no Sistema de Programação Pactuada e Integrada da Sesap/RN - Sisppi, foi constatado que a capital pactuou com cidades do interior a realização 2.599 procedimentos de obstetrícia clínica, quando não consegue atender nem à demanda interna. Com base nos dados, a promotora de Saúde Kalina Correia Filgueira recomendou à Secretaria de Saúde de Natal que não permita a realização de partos encaminhados por outros municípios, antes que seja resolvida a atual situação das maternidades da cidade, visando atender os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A secretária Perpétuo Socorro Nogueira, responsável pela pasta, tem 30 dias para informar ao MP as medidas adotadas para o cumprimento da recomendação.


Fonte: Tribuna do Norte

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